terça-feira, 27 de abril de 2010

Em defesa dos círculos uninominais







Educar é missão, vocação, chamamento. Ensinar a ler, a fazer contas, a exprimir-se correctamente. Inculcar valores positivos, como a sã convivência com os seus pares, no saudável respeito das diferenças. E coisas mais prosaicas como saber estar à mesa, dizer com licença quando se arrota inadvertidamente, ou lavar as mãos sempre que se vai à casa de banho. Ou mesmo a dizer casa de banho em vez de quarto de banho, moradia em vez de vivenda, e por ai adiante.
Educar exige disponibilidade, concentração, persistência e espírito de sacrifício. E supõe o estabelecimento de um vínculo profundo entre mestre e discípulo.
Em face de tudo o que se acaba de expor, afigura-se crucial a alteração do sistema eleitoral do país com vista a consagrar os círculos uninominais. Só dessa maneira, conhecendo o rosto do nosso deputado, poderemos aspirar a dar-lhe uma boa educação.

2 comentários:

  1. A experiência mostra-nos que a figura do deputado uninominal, além de provocar grandes distorções no sistema eleitoral (é possível, por exemplo, ganhar umas eleições com muito menos votos do que o adversário), presta-se a grandes demagogias. Uma vez que o deputado é directamente eleito, tem uma legitimidade própria o que, parecendo bom à primeira vista, se presta a negócios limianos, em que o deputado, por estar demasiado preocupado com os interesses do seu próprio círculo, esquece os interesses do país como um todo, vendendo o seu voto a troco daquilo a que os americanos chamam o «porco na salgadeira».

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